quinta-feira, 31 de julho de 2008

Os Tabus do PR

Aqui há uns anos o PR em funções foi protagonista de um famoso "tabu" ... que na verdade na verdade não era lá essas coisas de "tabu" porque o resultado final era mais que prevísivel ...

Hoje, ao ligar a televisão à hora do pequeno almoço, sou bombardeada com um novo "tabu" ... este vai ser coisa para durar apenas umas horas já que o mistério ficará desvendado à hora de abertura dos telejornais nacionais, como convém a qualquer declaração importante de um orgão de estado !!!

Independentemente de ser um mistério com hora de solução marcada, não deixa de ser noticia durante o dia de hoje ... o que raio é que poderá ter o PR a dizer de tão grave que o tenha feito interromper as suas férias para vir falar ao país !??!?!

Não sei não ... mas desconfio que se for para falar sobre o chumbo do Tribunal Constitucional ao projecto de lei sobre os Açores ... mais valia ter continuado de férias ... ou bem que a comunicação tem um conteúdo que apele ao bolso do Zé Povinho ou amanhã deixa de ser noticia ...

Eu cá por mim, que ontem abdiquei oficialmente de uma semana de férias em Agosto para ficar a trabalhar estou solidária com o PR ... afinal se eu posso desistir das minhas férias por causa dos importantes projectos públicos em concurso ... ele bem pode interromper as férias para vir dizer qualquer coisita à malta !!!!

Aguardemos ....

terça-feira, 29 de julho de 2008

O país que temos ...

Recebi um email que me deveria ter deixado chocada mas a verdade é que já nem isso ... trata-se apenas mais do mesmo ... mais de regalias extraordinárias para membros de orgãos que não se percebe muito bem para que servem ...

Caso os factos descritos abaixo não sejam verdade ... as minhas desculpas ao visado ...

"Mais uma Golpada - ERSE

Era uma vez um senhor chamado Jorge Viegas Vasconcelos, que era presidente de uma coisa chamada ERSE, ou seja, Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, organismo que praticamente ninguém conhece e, dos que conhecem, poucos devem saber para o que serve.
Mas o que sabemos é que o senhor Vasconcelos pediu a demissão do seu cargo porque, segundo consta, queria que os aumentos da electricidade ainda fossem maiores. Ora, quando alguém se demite do seu emprego, fá-lo por sua conta e risco, não lhe sendo devidos, pela entidade empregador, quaisquer reparos, subsídios ou outros quaisquer benefícios.
Porém, com o senhor Vasconcelos não foi assim. Na verdade, ele vai para casa com 12 mil euros por mês - ou seja, 2.400 contos - durante o máximo de dois anos, até encontrar um novo emprego. Aqui, quem me ouve ou lê pergunta, ligeiramente confuso ou perplexo:
«Mas você não disse que o senhor Vasconcelos se despediu?».
E eu respondo: «Pois disse. Ele demitiu-se, isto é, despediu-se por vontade própria!».
E você volta a questionar-me: «Então, porque fica o homem a receber os tais 2.400contos por mês, durante dois anos? Qual é, neste país, o trabalhador que se despede e fica a receber seja o que for?».
Se fizermos esta pergunta ao ministério da Economia, ele responderá, como já respondeu, que «o regime aplicado aos membros do conselho de administração da ERSE foi aprovado pela própria ERSE». E que, «de acordo com artigo 28 dos Estatutos da ERSE, os membros do conselho de administração estão sujeitos ao estatuto do gestor público em tudo o que não resultar desses estatutos». Ou seja: sempre que os estatutos da ERSE foram mais vantajosos para os seus gestores, o estatuto de gestor público não se aplica.
Dizendo ainda melhor: o senhor Vasconcelos (que era presidente da ERSE desde a sua fundação) e os seus amigos do conselho de administração, apesar de terem o estatuto de gestores públicos, criaram um esquema ainda mais vantajoso para si próprios, como seja, por exemplo, ficarem com um ordenado milionário quando resolverem demitir-se dos seus cargos. Com a benção avalizadora, é claro, dos nossos excelsos governantes.
Trata-se, obviamente, de um escândalo, de uma imoralidade sem limites, de uma afronta a milhões de portugueses que sobrevivem com ordenados baixíssimos e subsídios de desemprego miseráveis. Trata-se, em suma, de um desenfreado, abusivo e desavergonhado abocanhar do erário público. Mas voltemos à nossa história.
O senhor Vasconcelos recebia 18 mil euros mensais, mais subsídio de férias, subsídio de Natal e ajudas de custo. 18 mil euros seriam mais de 3.600 contos, ou seja, mais de 120 contos por dia, sem incluir os subsídios de férias e Natal e ajudas de custo.
Aqui, uma pergunta se impõe: Afinal, o que é - e para que serve - a ERSE? A missão da ERSE consiste em fazer cumprir as disposições legislativas para o sector energético.
E pergunta você, que não é burro: «Mas para fazer cumprir a lei não bastam os governos, os tribunais, a polícia, etc.?».
Parece que não. A coisa funciona assim: após receber uma reclamação, a ERSE intervém através da mediação e da tentativa de conciliação das partes envolvidas. Antes, o consumidor tem de reclamar junto do prestador de serviço. Ou seja, a ERSE não serve para nada. Ou serve apenas para gastar somas astronómicas com os seus administradores. Aliás, antes da questão dos aumentos da electricidade, quem é que sabia que existia uma coisa chamada ERSE? Até quando o povo português, cumprindo o seu papel de pachorrento bovino, aguentará tão pesada canga? E tão descarado gozo?
Politicas à parte estou em crer que perante esta e outras, só falta mesmo manifestarmos a nossa total indignação."

segunda-feira, 28 de julho de 2008

O Estado da Nação ...

Recebi o texto abaixo por mail hoje ... segundo as indicações que o acompanhavam foi escrito pelo Mário Crespo mas não sei onde foi publicado. A única coisa que sei é que passa para escrito observações e constatações que eu e algumas das pessoas com quem tenho conversado sobre o assunto têm feito.

Considero que não se trata de uma manifestação de xenofobia ou racismo ... mas a verdade é que, com uma Segurança Social intermitentemente à beira da falência, a atribuição de subsidios, abonos de familia e rendimentos minimos deve ser feita da forma mais criteriosa e cuidada possível. Deixem de fazer as coisas de forma automática, com base em fórmulas que pouco querem dizer e a partir das secretárias dos Ministérios ... vão ao terreno, verifiquem as condições de vida das pessoas e ai sim estão em condições de atribuir apoios sociais que sejam efectivos e que ajudem quem precisa de ser ajudado.

Aqui fica :

"Limpeza Étnica

O homem, jovem, movimentava-se num desespero agitado entre um grupo de mulheres vestidas de negro que ululavam lamentos.

'Perdi tudo!'

'O que é que perdeu?' perguntou-lhe um repórter.

'Entraram-me em casa, espatifaram tudo. Levaram o plasma, o DVD a aparelhagem...' Esta foi uma das esclarecedoras declarações dos autodesalojados da Quinta da Fonte. A imagem do absurdo em que a assistência social se tornou em Portugal fica clara quando é complementada com as informações do presidente da Câmara de Loures: uma elevadísima percentagem da população do bairro recebe rendimento de inserção social e paga 'quatro ou cinco euros de renda mensal' pelas habitantes camarárias.

Dias depois, noutra reportagem outro jovem adulto mostrava a sua casa vandalizada, apontando a sala de onde tinham levado a TV e os DVD. A seguir, transtornadíssimo, ia ao que tinha sido o quarto dos filhos dizendo que 'até a TV e a playstation das crianças' lhe tinham roubado.
Neste país, tão cheio de dificuldades para quem tem rendimentos declarados, dinheiro púlico não pode continuar a ser desviado para sustentar predadores profissionais dos fundos constituídos em boa fé para atender a situações excepcionais de carência. A culpa não é quem usufrui desses dinheiros. A principal responsabilidade destes desvios cai sobre os oportunismos políticos que à custa destas bizarras benesses, compraram votos de Norte a Sul.
inexplicável num país de economias domésticas esfrangalhadas por uma Euribor com freio nos dentes que há famíias que pagam 'quatro ou cinco Euros de renda' à câmara de Loures e no fim do mês recebem o rendimento social de inserção que, se habilmente requerido por um grupo familiar de cinco ou seis pessoas, atinge quantias muito acima do ordenado mínimo. inaceitável que estes beneficiários de tudo e mais alguma coisa ainda querem que os seus T2 e T3 a 'quatro ou cinco euros mensais' lhes sejam dados em zonas 'onde não haja pretos'.
Não é o sistema em Portugal que marginaliza comunidades. O sistema é que se tem vindo a alhear da realidade e da decência e agora é confrontado por elas em plena rua com manifestações de índole intoleravelmente racista e saraivadas de balas de grande calibre disparadas com impunidade.
O país inteiro viu uma dezena de homens armados a fazer fogo na via pública. Não foram detidos embora sejam facilmente identificáveis. Pelo contrário. Do silêncio cúmplice do grupo de marginais sai eloquente uma mensagem de ameaça de contorno criminoso - 'ou nos dão uma zona etnicamente limpa ou matamos.' A resposta do Estado veio numa patética distribuição de flores a cabecilhas de gangs de traficantes e autodenominados representantes comunitários, entre os sorrisos da resignação embaraçada dos responsáveis autárquicos e do governo civil. Cá fora, no terreno, o único elemento que ainda nos separa da barbárie e da anarquia mantém na Quinta da Fonte uma guarda de 24 horas por dia com metralhadoras e coletes à prova de bala.

Provavelmente, enquanto arriscam a vida neste parque temático de incongruências socio-políticas, os defensores do que nos resta de ordem pensam que ganham menos que um desses agregados familiares de profissionais da extorsão e que o ordenado da PSP deste mês de Julho se vai ressentir outra vez da subida da Euribor."

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Férias I - Atenas

Pois é ... as coisas pelo local de trabalho têm andado muito atarefadas com entradas cedito, saidas tarditas e até com um domingo de trabalho (sem direito a ar condicionado).

De qualquer forma, e dado que as férias já lá vão (parece que foram há meses!!!) para reavivar memórias vou começar uma série de posts com alguns "apontamentos de reportagem".

A chegada a Atenas aconteceu no domingo (dia 8/06) há tarde, depois de uma viagem em conta mas cansativa (escala em Zurique!!!) ... a viagem do aeroporto ao centro da cidade onde estava marcado o encontro com a nossa amiga "residente" foi feita de autocarro ... o que deu já para perceber como funcionava o trânsito e o aspecto dos "suburbios".

Atenas (em grego Αθήνα) é a capital da Grécia e também a capital da Ática. Além de ser uma cidade moderna, Atenas também é famosa por ter sido poderosa cidade-estado e um centro de cultura muito importante nos tempos antigos. A área metropolitana de Atenas tem cerca de 411 km2 e tem 3,3 milhões de habitantes, ou seja, quase um terço da população de toda a Grécia (que tem 10,9 milhões).

Dos relatos de algumas pessoas que já por lá tinham passado, as minhas expectativas em relação a Atenas eram relativamente baixas, tenho que confessar. Achava que ia encontrar uma cidade suja, caótica e desorganizada.

A verdade é que Atenas foi uma surpresa muito positiva. Imagino que o facto de ter morado em Marrocos se calhar alterou a minha percepção da realidade em termos de "níveis de higiene e salubridade", mas a verdade é que gostei muito de Atenas. Ok, as fachadas dos edificios estão bastante sujas e nota-se no ar que se respira a poluição atmosférica, que imagino se deve tornar insuportável em alturas de mais calor ... mas gostei da cidade.

Passámos em Atenas 3 dias completos ... deu para fazer muitos quilómetros a pé para visitar tudo o que constava nos guias turisticos : Acrópole, Templo de Zeus, Ágora Romana ... muitas calorias queimadas em peregrinações atrás das excursões de japoneses e outros asiáticos que são às centenas pela cidade ...

Mas deu também para aproveitar as inúmeras esplanadas que Atenas oferece aos turistas, para beber frappes ou uma cervejinha ... uns belos jantares com comida tipica ... e umas cervejinhas nuns bares ...

Percebo a "urticária" da nossa amiga visitada em relação a Atenas ... Atenas não é Barcelona ... é uma cidade onde a vida quotidiana não deve ser fácil ... os gregos não são especialmente simpáticos ... têm dificuldade em compreender os estrangeiros e também não se esforçam muito para tentar "chegar" lá ... mas para mim, que desde pequena achava as fotografias da Acrópole o máximo e sonhava em passear por baixo daquelas colunas, Atenas pareceu-me bem interessante e valeu a pena a visita !!!!